ESTE NÃO É O NARIZ DE GÓGOL, MAS PODIA SER...
COM UM TOQUE DE JACQUES PRÉVERT
COM UM TOQUE DE JACQUES PRÉVERT
A importância de ter um nariz, para não dar com o nariz na porta, não meter o nariz onde não se é chamado, ser dono do seu nariz ou para meter o nariz em tudo!
E Jacques Prévert? “Em boa verdade, não se parecia com ninguém.”
Pequena forma em miscelânea de narizes.
Um cadavre exquis de cenas, objectos e jogos de palavras, mas sempre com muito nonsense, onde está presente o mundo surreal que nos rodeia.
A nova produção da companhia A Tarumba inspira-se no universo de Gógol e Jacques Prévert, recorrendo a objectos e a figuras articuladas de papel, criando um ambiente kitsch, insólito e de festa com reminiscências russas...
Mesmo se a felicidade se esquecer um pouco de ti, jamais te esqueças dela.
- Jacques Prévert
Não sabemos a que época pertence esta dupla que parece perdida no tempo. Aparentam ter o poder de mover o mundo e manipular os seus governantes... Usam as palavras como se estivessem num jogo de xadrez e baralham tudo. Onde se encontram? Num parque de campismo abandonado ou num parque de diversões decadente, mas com muito glitter e cheio de objectos e imagens? Situações insólitas e hilariantes sucedem-se, nas entrelinhas percebemos as referências desta roda giratória de números absurdos. Mas no fim parece ter o sentido do mundo em que vivemos, ou seja, não faz qualquer sentido. A realidade ultrapassou a ficção. E o mais importante? A capacidade de rirmos de nós próprios e a possibilidade de nos reinventarmos.
"Luís Vieira e Rute Ribeiro já nos habituaram ao melhor. Além de trazerem gente de muita qualidade ao FIMFA, também nos dão os seus espectáculos. Este parte de Gogol e Prévert, numa colagem de cenas, personagens míticas e referências populares que navegam entre o festival da Eurovisão e a Rússia nos anos 70, sempre com uma estética kitsch. É, no fundo, uma espécie de cadavre exquis que parte de uma premissa curiosa: o mundo está a ser dominado por loiros, de Trump a Theresa May e a Putin."
Miguel Branco, Time Out, 10 de Maio de 2017
“É com marionetas de papel, articuladas e muito divertidas que A Tarumba faz o espetáculo Este não é o Nariz de Gogol, mas podia ser.... com um toque de Jacques Prévert, uma viagem pelo bestiário populista da política contemporânea com um toque kitsch (...).
Nesta miscelânea de narizes, de autores, de citações, de músicas russas e francesas, não faltam outras personagens de papel de Juliette Gréco a Camões passando por Iggy Pop, Serge Gainsbourg, Yves Montand, cujas vozes saem de um velho gira-discos colocado ali mesmo à nossa frente. Vamos até este universo relacionado com o Prévert - do Moulin Rouge, do amor livre e de liberdade, que é um contraponto aos tempos que vivemos (...).”
- Maria João Caetano, Diário de Notícias, 10 de Dezembro de 2016
"(...) Que têm estes autores em comum, além do talento? Uma enorme liberdade criativa, um gosto pelo absurdo e pelo aleatório, um tom quase surreal frequente, uma forte densidade poética. Rute Ribeiro e Luís Vieira, que em conjunto formam A Tarumba - marionetas, formas animadas e um grão de permanente loucura - não resistiram a tê-los como fonte de inspiração para um espetáculo que não recria nenhuma das obras dos autores, mas que, estruturado na regra espartana do cadavre exquis os refere e os homenageia em permanência, mesmo quando é lggy Pop, Barack Obama ou qualquer outro felino que toma as rédeas de um universo que, sem vergonha e sem rodeios, tem a Grande Rússia como fundo (...)."
- João Carneiro, Expresso - Revista E, 10 de Dezembro de 2016
A Tarumba - Teatro de Marionetas
Direcção artística, construção e actores-manipuladores: Luís Vieira, Rute Ribeiro
Adaptação e textos: Rute Ribeiro
Adaptação e textos: Rute Ribeiro
Produção executiva: Daniela Matos
Fotografia: Alípio Padilha
Técnica: Figuras de papel e objectos
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